Me sinto tão confusa que não sou capaz de pensar nem tão pouco raciocinar. Há dentro de mim um turbilhão de sentimentos com os quais não sei lidar.
Não sei como isso é possível, mas sei que tenho todos esses sentimentos pela mesma pessoa.
Ao mesmo tempo que tenho uma certeza enorme de que não quero mais, que vai ser melhor assim, um medo enorme invade minha alma, medo de perder, mas perder o que não se tem, como é possível?
Medo talvez de perder as sobras que me oferece, o sorriso lindo, o toque, o perfume, o calor da pele, a companhia, e outras coisas mais que invento que possuo de você para que eu não me sinta tão frustrada.
Em seguida sinto ódio, por ser fraca, por ser sensível demais, por amar demais, ódio pelo medo que sinto de perder o que não tenho, ódio pelo amor imenso que hábita dentro de mim.
Queria seguir sempre pela via da razão, excluir qualquer tentativa e amolecimento desse meu coração de manteiga.
Relacionar-se pra que? Se doar para no fim ser tratada com indiferença? Amar para que?
Sinto-me fraca, como se o amor que tenho em mim estivesse sugando todas as minhas energias, tento ser o melhor que posso, tento satisfazer, impedir que sinta saudade, que se sinta só...
Talvez ai esteja o meu grande erro, não permitir que sinta minha falta, como sentir falta ou saudades de quem não se faz ausente por um instante sequer. Ou talvez não seja o amor que há em mim o que suga minhas forças e me entristece, mas sim o amor que falta em você.
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