quinta-feira, 25 de novembro de 2010

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Sento na beira de minha cama e tento entender porque as palavras que você diz tem que machucar tanto, porque os planos e promessas dos primeiros meses acabam no final deles e como posso deixar de viver em função de outra pessoa, e passar a viver em função apenas de mim mesma.
A verdade é que, de noite quando você fecha os seus olhos e adormece em questão de segundos, os meus permanecem intactos, abertos, esperando um motivo para enfim respirar aliviada e dormir em paz, esses podiam ser lembranças da época em que podia perceber quão grande era o seu amor, mas ja faz muito tempo que não é mais assim. Porém, só lembranças não bastam e minhas noites tornam-se cada vez mais corridas e atropeladas por tudo aquilo que está acontecendo de errado, e mesmo tendo tentado explicar chega uma hora em que se desiste e tudo continua aqui preso, incomodando e maltratando somente a mim. A sensação de clausura e descontentamento por saber que por mais que se faça por merecer nada vai mudar enquanto a outra pessoa simplesmente julgar que não é aquilo que você merece. E o pior é ter consciencia de que fui eu mesma que coloquei nas mãos de outra pessoa todas as coisas que poderiam determinar minha própria felicidade.
Antes de vc eu jamais tinha aberto mão de um sonho por ninguém, mas talvez seja pelo fato de que quando te conheci julguei que todos os sonhos que eu tinha naquele exato momento estavam sendo realizados. E por vezes eu rezei e agradeci por ter tamanha sorte, como se minha busca pela realização de tudo estivesse acabado ali, onde começava a sua participação, e esse foi meu erro. Não podia saber que não iria haver participação de sua parte, que se eu quisesse teria que levar, construir e persistir sozinha.
E enquanto você respira profundo no seu sono tranquilo, eu continuo aqui procurando uma resposta pro caminho que devo tomar, e embora eu tenha depositado tudo de mim e acreditado num amor que deveria ter dado vida a minha vida eu consegui sentir a paralisação de quem está se deixando fazer de morta, que abriu mão dos sonhos e vontades, por alguém que não está sabendo dar o devido valor.

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